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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Carrie (1976)






Um dos meus filmes de terror favoritos: "Carrie". Estreado em 3 de Novembro de 1976, foi a primeira e é  a mais famosa das adaptações de um romance de Stephen King, neste caso, o homónimo "Carrie" de 1974.



Carrie é uma rapariga tímida e solitária, vitima de bulling na escola às mãos de colegas cruéis e dominada pela sua mãe insana e fanática religiosa. Entretanto, Carrie descobre que quando passa por situações emocionais, activa o seu poder de telecinese (mover objectos com a mente). Apesar de constantemente maltratada na escola, e contra a vontade da mãe, Carrie aceita ir ao Baile de Finalistas com um jovem bonito e popular, sem saber que será vitima de uma armadilha. E toda a escola está prestes a ter uma surpresa desagradável....






Não me recordo se o vi pela primeira vez na televisão ou em VHS, mas foi um filme que me marcou imediatamente. A empatia com a frágil e estranha Carrie é rápida, que além de ser hostilizada na escola pela sua timidez e aparência - um tema universal - e também sofre abusos às mãos de uma progenitora obcecada com o pecado. No inicio do filme quando Carrie tem o período pela primeira vez julga que está a morrer, graças à sua (des)educação sexual, imposta pela mãe. Ao mesmo tempo, essa nova (e tardia) fase da vida da jovem marca o despertar dos seus poderes (tal como os X-men e os outros mutantes do universo Marvel, uma clara referência ás mudanças dos jovens ao entrarem na puberdade) e uma hipótese de mudar o seu status quo no ambiente escolar, materializada na forma do baile de finalistas, um ritual de passagem à idade adulta. Mas neste filme, a  rejeição dos pares será retaliada com violência e morte, um paralelo com situações que vimos mais tarde na vida real, como por exemplo no tiroteio de Columbine. Mas, metáforas à parte, é um grande filme, bem realizado por Brian De Palma ("Missão Impossível", "Testemunha de um Crime", "Vestida para Matar"), e além das brutais cenas em que Carrie usa os seus poderes, destaco ainda o recurso ao split screen, uma sugestiva sequência de créditos em slow-motion pelo balneário feminino (um plano sequência, que se tornou imagem de marca do realizador), e a bela banda sonora composta por Pino Donaggio. Nota para o carismático elenco, de que se sobressaem Sissy Spacek (como a sofrida protagonista) e Piper Laurie, a alucinada mãe de Carrie.

Carrie, estreou em Portugal em 1981, no Fantasporto. Em 1999, uma sequela "The Rage: Carrie 2" foi um fracasso de crítica e bilheteira. Eu fui dos que vi em DVD... meu rico dinheirinho. Três anos depois foi feito um remake na forma de um telefilme, "Carrie", que supostamente seria um episódio piloto para uma série, que nunca arrancou, devido às baixas audiências. E em 2013a história foi novamente recontada em...adivinharam..."Carrie" (2013). Quando escrevo estas linhas ainda não vi, mas ouvi dizer que tem certas passagens mais fiéis ao livro, que acredito terem sido cortadas por falta de orçamento para o nível de destruição descrito. E acreditem, ou não, um musical até foi levado á cena na Broadway nos anos 80: "Carrie". 



Um texto sobre o filme, na altura que esteve nas salas de cinema:
"Diário de Lisboa" [30-07-1977]

E quando passou na RTP-1, em 1989, na rubrica "Cinema da Meia Noite":
"Diário de Lisboa" [24-02-1989]

Texto original: "Carrie" [1976] no Cine31.

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