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sexta-feira, 25 de março de 2016

"Dirty Dancing - Dança Comigo" (1987)

por Paulo Neto

Ao contrário de outros filmes eighties, este pode não gritar a década que foi feito por todos os poros, até porque se passa anos 60, mas sem dúvida que "Dirty Dancing - Dança Comigo" de 1987 é um dos filmes incontornáveis dos anos 80. O que começou por ser um filme de baixo orçamento de um novo estúdio acabou por ser um sucesso de bilheteiras e de vendas em VHS e DVD, que quase trinta anos depois continua a cativar os espectadores. 
"Dirty Dancing" foi realizado por Émile Ardolino e era baseado em acontecimentos da vida da argumentista Eleanor Bergstein, com Patrick Swayze e Jennifer Grey nos principais papéis.


No verão de 1963, Frances Houseman (Grey), que todos tratam por Baby, é uma jovem de 17 anos que vai passar férias na estância de Kellerman, nas montanhas de Catskills no sul do estado de Nova Iorque, com os seus pais Jake (Jerry Orbach) e Marjorie (Kelly Bishop) e a sua irmã Lisa (Jane Brucker). Certa noite, ela fica fascinada pelas danças dos empregados da estância nas festas secretas que eles organizam, onde a estrela é o instrutor de dança Johnny Castle (Swayze).  
Quando sabe da gravidez de Penny Johnson (Cynthia Rhodes), a parceira de dança de Johnny, Baby decide ajudá-la, pedindo dinheiro ao seu pai para que Penny possa fazer um aborto e aceitando substitui-la num espectáculo que ela e Johnny têm todas as semanas noutra estância, para ganharem algum dinheiro extra. E por entre as lições de dança, surge a paixão entre Baby e Johnny.




Porém tudo se complica quando o "médico" que fez o aborto a Penny era afinal um intrujão de vão de escada que a deixou em estado grave. A pedido de Baby, Jake consegue salvá-la e assumindo que foi Johnny quem engravidou Penny, proíbe a filha de se dar com ele e com os empregados. Na verdade, quem engravidou Penny foi Robbie (Max Canto), um empregado de mesa interesseiro que arrasta a asa a várias mulheres na estância, incluindo Lisa. Além disso, Johnny é acusado de roubo por Vivian Pressman (Miranda Garrison), uma cliente da estância a quem ele negou favores sexuais. Apesar de se descobrir que os autores do roubos na estância era um insuspeito casal de idosos, Johnny é despedido e Baby sofre com a sua partida.
Mas tudo acaba em bem, com Johnny a entrar na festa de encerramento da época e a desafiar Baby para uma dança ao som de "(I've Had) The Time Of My Life", culminando no mítico salto com elevação. De permeio, Jake e Johnny esclarecem os mal-entendidos e toda a gente acaba dando o gosto ao pé de dança.




Os produtores estavam tão pessimistas quanto a "Dirty Dancing" que até consideraram lançá-lo directamente em vídeo mas o filme que quase ninguém iria ver tornou-se um dos maiores sucessos de 1987. "(I've Had) The Time Of My Life", interpretado por Bill Medley e Jennifer Warnes, ganhou o Óscar de Melhor Canção e Patrick Swayze e Jennifer Grey foram nomeados para o Globo de Ouro. 
E a popularidade foi continuando nos anos que se seguiram: foi o primeiro filme a vender um milhão de cópias em VHS e ainda hoje regista centenas de milhar de vendas anuais de DVD por ano, encorajou milhares de pessoas pelo mundo fora a terem aulas de dança, um inquérito britânico listou-o como o filme mais visto por mulheres, competições de "dirty dancing" têm lugar um pouco por todo o mundo e frases como "Nobody puts Baby in the corner!" e "I carried a watermelon" ficaram para a história. 
Além disso, a banda sonora que misturava clássicos dos anos 60 com temas dos anos 80, como o já referido "(I've Had) The Time Of My Life", "Hungry Eyes" de Eric Carmen e "She's Like The Wind" interpretado pelo próprio Patrick Swayze, vendeu mais de 32 milhões de cópias. Em 2004, foi lançada um prequela "Dirty Dancing: Havana Nights" onde Patrick Swayze teve uma participação especial, e um musical da Broadway. ACTUALIZAÇÃO: Em 2017, houve um remake em telefilme de "Dirty Dancing" com Abigail Breslin, Colt Prattes, Sarah Hyland, Debra Messing e Nicole Scherzinger respectivamente nos papéis de Baby, Johnny, Lisa, Marjorie e Penny. 
  


Jennifer Grey e Patrick Swayze já tinha contracenado junto em "Red Dawn - Amanhecer Violento" (1984) e não se tinham dado muito bem, mas em "Dirty Dancing" descobriram uma inesperada química que transparece no ecrã. Num texto do site Movie Pilot são dadas oito razões pelo qual "Dirty Dancing" é um clássico e eu estou de acordo com todas elas, sobretudo na forma como aborda temas sérios como o aborto e a diferença de classes sociais e como os espectadores (sobretudo as espectadoras) se podem identificar com Baby. Ali estava uma miúda normal, gira sem ser deslumbrante, desajeitada e nerdy mas adorável, em busca de aventuras, a dar-se com a malta fixe e a conquistar o bonitão das redondezas. Aliás, como se sabe, a carreira de Jennifer Grey foi-se abaixo quando ela operou a sua célebre e adorável penca. 

Já vi "Dirty Dancing" algumas vezes, a primeira das quais na célebre "Sessão da Noite" de sexta-feira, o mítico espaço de cinema da RTP1 do início dos anos 90, mas a mais original foi sem dúvida durante um passeio da escola no 7.º ano a Sintra. Pela primeira vez, fomos numa camioneta que tinha leitor de vídeo e sabendo disso, alguns colegas trouxeram cassetes para vermos na viagem. Na ida vimos "Curto-Circuito" e na volta "Dirty Dancing". Belo double feature sobre rodas, verdade?

Trailer:


Cena Final ("The Time Of My Life")



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