Decerto que todos nós, pelo menos uma vez enquanto petizes, já desejámos ser adultos, ou pelo menos um pouco mais velhos, por acharmos que só os crescidos é que têm toda a diversão. Deve ser por isso que volta e meia Hollywood gosta de fazer filmes sobre crianças ou adolescentes no corpo de adultos, ou vice-versa. No final dos anos 80, houve uma onde de filmes com essa temática como "Tal Pai, Tal Filho" (1987) e "Vice-Versa" (1988), mas o mais famoso foi "Big", protagonizado por Tom Hanks, baseado no filme italiano "Da Grande".
O filme de 1988, realizado por Penny Marshall, conta a história de Josh Baskin (David Moscow) um rapaz de 12 anos, complexado pela sua baixa estatura. Depois de sofrer uma humilhação diante de Cynthia Benson (Kimberlee M. Davis), a rapariga por quem ele sente um fraquinho, ao ser-lhe negada a entrada numa montanha-russa por causa da sua altura, Josh pede a uma máquina de vidente o desejo de ser "grande".
Na manhã seguinte, Josh vê-se no corpo de um homem de 30 anos (Hanks). Afugentado pela sua mãe (Mercedes Ruehl), que o toma como o raptor do seu filho, ele foge para Nova Iorque com o seu melhor amigo Billy Kopecki (Jared Rushton).
Josh arranja trabalho numa empresa de brinquedos e é promovido depois de travar amizade com o dono, Mr. McMillan (Robert Loggia), que fica impressionado com o seu entusiasmo face aos brinquedos. A promoção não lhe só dá o dinheiro para viver com Billy num belo loft com máquinas de flippers e de venda de bebidas e muitos brinquedos, como suscita as atenções da sua colega, Susan Lawrence (Elizabeth Perkins), com quem inicia um romance. Porém essa súbita promoção também suscita invejas e suspeitas entre os outros executivos da empresa, sobretudo Paul Davenport (John Heard), o ambicioso e ressabiado ex-namorado de Susan.
Mas com o tempo, Josh percebe que ser adulto também tem uma grande dose de responsabilidades e pressões para as quais ele não está preparado e que está a esquecer-se do que é ser uma criança.
Com uma equilibrada dose de humor e seriedade, "Big" foi um inesperado êxito de bilheteira (foi o primeiro filme realizado por uma mulher a facturar mais de 100 milhões de dólares) e de crítica. Tom Hanks recebeu a sua primeira nomeação para um Óscar, bem como o argumento original de Gary Ross e Anne Spielberg (irmã de Steven). O American Film Institute incluiu "Big" nas suas listas das 100 melhores comédias e dos 10 melhores filmes de fantasia. O filme foi adaptado para um musical da Broadway em 1996 e há planos para uma adaptação para série televisão na FOX.
A cena mais famosa do filme é sem dúvida aquela em que as personagens de Tom Hanks e Robert Loggia divertem-se em cima de um piano gigante, onde tocam "Heart And Soul" e "Chopsticks". Essa cena foi coreografada por Paula Abdul.
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