Antes da mítica série "Os Amigos Do Gaspar", já João Paulo Seara Cardoso e a sua equipa tinham criado uma série marcante e bem colorida, cheia de personagens divertidas e para tal bastava um único cenário: uma árvore numa quinta qualquer algures em Portugal, "A Árvore dos Patafúrdios".
Nessa árvore habitam vários pássaros alegres e comilões, os Patafúrdios, que sonham poder ser como as outras aves e voar, mas não o podem fazer por terem grandes barrigas de tanto comerem esparguete. São eles a simpática Eulália (voz de Regina Castro), o sábio ancião Vinte E Quatro (voz de Mário Moutinho) que fala sempre a rimar, a poética Salomé (voz de Ana Queirós) mãe zelosa de três Patafurdinhos (vozes de Catarina Costa e Maria João Pires), Filipe Adão (voz de João Paulo Seara Cardoso) hábil construtor de máquinas, Canelão (voz de Mário Silva) que cultiva o esparguete do qual os Patafúrdios se alimentam e o Murcão (voz de Raimundo Tavares) cujo nome diz tudo. Existem ainda os Bichos da Fruta (vozes de Mário Moutinho e Zé Carlos Meireles) que estavam para a Árvore como o Statler e o Waldorf estavam para os Marretas, sempre a comentar e a fazer troça dos outros.
Eulália |
Tomé |
Salomé |
Vinte E Quatro |
Filipe Adão |
Canelão |
Murcão |
Patafurdinhos |
Bichos Da Fruta |
Mas apesar da vida dos Patafúrdios estar limitada à sua Árvore e o seu redor, havia sempre algo a acontecer e a agitar vida destes bichos. Como aliás se relata na mais famosa canção da série:
Por incrível que pareça
Por incrível que pareça
Não há nada, não há nada
Que não nos acontece
Ó sorte malvada,
Que vida desgraçada!
Ai ai ai
Ai ai ai
Um desses acontecimentos que vem revolucionar a vida dos Patafúrdios é o choque do carro do caixeiro-viajante Tomé (voz de Raúl Constante Pereira) contra o tronco da árvore. Mas depois desse percalço, Tomé torna-se amigo dos Patafúrdios chegando mesmo a iniciar um romance zoófilo (porém puramente platónico) com Eulália.
Produzida em 1984, a série foi exibida pela primeira vez na RTP entre 17 de Fevereiro e 12 de Maio de 1985, num total de onze episódios (sendo que o último era um resumo de cenas do episódios anteriores), tendo sido reposta diversas vezes. O tema do genérico era cantado por Sérgio Godinho.
A série valeu a João Paulo Seara Cardoso a oportunidade de fazer um curso com Jim Henson, o criador dos Marretas. Consta que Henson terá adorado o estilo naïf da série. Essa workshop foi sem dúvida valiosa para Seara Cardoso que aplicou no seu projecto seguinte: o grande sucesso "Os Amigos Do Gaspar" onde houve pelo menos dois piscares de olhos à "Árvore Dos Patafúrdios": o Tomé surge num dos episódios de "Os Amigos Do Gaspar" e o quarto do Gaspar tinha um planeta terra semelhante ao do genérico da "Árvore dos Patafúrdios".
João Paulo Seara Cardoso viria a produzir mais duas séries para a RTP: "Mópi" (1990) e "No Tempo Dos Afonsinhos" (1991). Infelizmente a sua obra nunca mais teve continuidade na televisão, tendo Seara Cardoso dedicado-se exclusivamente ao Teatro de Marionetas do Porto até ao seu falecimento em 2010.
Nota: Os 11 episódios estão (por) agora disponíveis no "Arquivo RTP": "A Árvore dos Patafúrdios".
1.º episódio
"Por Incrível Que Pareça"
Nota: Os 11 episódios estão (por) agora disponíveis no "Arquivo RTP": "A Árvore dos Patafúrdios".
Era giro reporem depois de terminar Os Amigos de Gaspar :)
ResponderEliminarMuitos parabéns Alberto péssimo abraço de antigo aluno seu Miguel Pereira
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