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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O Menino de Ouro (1986)

por Paulo Neto

Eddie Murphy já tinha demonstrado em "24 Horas" e "O Caça-Polícias" que conseguia aliar o seu talento para a comédia com o cinema de acção, mas em "O Menino de Ouro" ("The Golden Child") de 1986 levou essa dicotomia a novos limites, ao subverter a seriedade de um thriller sobrenatural com um desempenho que parece fazer troça do próprio filme.


No filme realizado por Michael Ritchie, Murphy é Chandler Jarrell, um assistente social especializado em encontrar crianças desaparecidas. Durante uma das suas investigações, Chandler é abordado por uma bonita e misteriosa tibetana, Kee Nang (Charlotte Lewis), que lhe diz que ele é o escolhido para salvar o Menino de Ouro, um rapaz com poderes místicos, que foi raptado por um demónio, Sardo Numspa (Charles Dance). A princípio, Chandler é muito céptico diante do discurso místico de Kee e sobretudo de Kala (Shakti Chen), uma estranha mulher que se esconde atrás de um biombo (que se vem a descobrir ser metade mulher, metade dragão!). Porém, à medida que se vai envolvendo no caso, ele não só reconhece a ajuda de Kee como surge uma atração entre os dois, que começa durante uma viagem ao Tibete para buscar um punhal sagrado.


As coisas complicam-se, quando de volta à América, Chandler e Kee são atacados por Numspa e seus esbirros, e Kee é aparentemente ferida de morte com uma flecha. Chandler lança-se então numa corrida contra o tempo para resgatar o Menino de Ouro (para que este salve Kee) e derrotar Numspa.


Inicialmente Mel Gibson estava escalonado como protagonista e John Carpenter como realizador (optaria antes por realizar o filme "As Aventuras de Jack Burton nas Garras do Mandarim"). Com a indisponibilidade  de Gibson, Eddie Murphy foi a escolha seguinte e como tal, optou-se por transformar o filme numa comédia de acção. No filme, o desempenho de Murphy parece estar sempre a desmanchar o tom sério do filme. Por exemplo, compraz-se mais a envergonhar o vilão (a quem lhe chama de "Numsy") do que a hostilizá-lo. Ou nesta famosa cena em que ele trata o rolo de um tempo sagrado como um disco.





Outra cena que me ficou na memória quando vi o filme pela primeira vez, é aquela em que o Menino de Ouro (que na verdade era interpretado por uma menina, Jasmine Reate) transforma uma lata de Pepsi num desenho animado.



Ainda hoje, "O Menino de Ouro" é um filme que entretém bastante. Lembro-me que o vi pela primeira vez no vídeo cá de casa, numa espécie de mini-ciclo dedicado a Eddie Murphy, com o meu pai a alugar este filme e "Um Príncipe em Nova Iorque" de uma assentada.

Trailer: 

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