terça-feira, 7 de junho de 2016

As Noivas de Copacabana (1992)

por Paulo Neto

Além das inevitáveis telenovelas, de vez em quando outras obras de ficção televisiva brasileira eram exibidas em Portugal. Foi o caso da série policial "As Noivas de Copacabana", estreada no Brasil em 1992 e exibida pela RTP em 1993, creio eu que às terças-feiras à noite na grelha de Verão. O seriado de 16 episódios era da autoria de Dias Gomes com realização de Roberto Farias e era inspirado num caso real.  



Aparentemente, Donato Menezes (Miguel Fallabella) parece um cidadão exemplar do bairro de Copacabana. É um conceituado restaurador de obras de arte, carinhoso para com a sua tia Eulália (Yara Lins) com quem vive e foi sempre uma figura materna para ele, tem uma grande amizade com Paulão (Ricardo Petraglia) e um sólido namoro com a bonita e simpática psicóloga Cinara (Patrícia Pilar). Aparentemente o seu único segredo será a sua impotência, que o impede de ter relações com a namorada. 

Mas na verdade, Donato Menezes é um serial killer que se dedica a matar mulheres vestidas de noiva para depois largar os cadáveres à porta de uma igreja. O ritual é sempre o mesmo: contacta as vítimas através de anúncios para venda de um vestido de noiva, ganha a confiança delas para seduzi-las e acaba por estrangulá-las em pleno acto sexual quando estão a usar o vestido. (É só assim que ele não tem impotência.) No entanto as vítimas são de vários quadrantes sociais, como por exemplo Maryrose (Patrícia Novaes), cantora de um clube nocturno, Marilene (Tássia Camargo), professora suburbana que ainda sofre pelo marido Amaury (João Camargo) tê-la trocado por outro homem, Fátima (Ana Beatriz Nogueira), filha de um pastor evangélico, e Kátia de Sá Montese (Christiane Thorloni), uma conhecida socialite carioca. 






O detective Jorge França (Reginaldo Faria) é encarregado do caso e aos poucos, vai juntando indícios que o conduzem até Donato. Entretanto, com o seu casamento com Mariana (Zézé Polessa) em crise, o detective envolve-se com Leiloca (Branca de Camargo), uma vendedora de artesanato na praia e amiga de Maryrose. Leiloca aceita colaborar na investigação servindo de isco para capturar Donato. 
No entanto, no seu julgamento, a família e amigos declaram a sua inocência, sobretudo Cinara que chega a cometer perjúrio, e Donato é ilibado por falta de provas.



A origem da psicopatia de Donato provém de há uns anos antes, quando a sua então noiva Helena (Lala Deheinzelin) lhe revelou que se apaixonara por outro e ele tentou matá-la quando estava a experimentar o vestido de noiva, tendo ela conseguido fugir. Ao saber do julgamento pelos jornais, Helena decide colaborar com a polícia para capturar Donato em flagrante, quando este está prestes a casar com Cinara. Helena surge diante do ex-noivo vestida de noiva e ele é capturado ao tentar matá-la outra vez. Donato é condenado em tribunal e enviado para uma instituição psiquiátrica. Porém a série acaba com Donato evadido do manicómio e de novo a contactar alguém sobre um anúncio de venda de um vestido de noiva. 

Do elenco da série também fizeram parte nomes como Hugo Caravana, Maria Gladys, Nelson Dantas, Chica Xavier, Marcelo Faria, Marieta Severo, Raúl Cortez, Milton Gonçalves, Lady Francisco e Ruy Resende.





Lembro-me de ter acompanhado a série e ficar na expectativa para saber quando é que apanhariam o assassino. Apesar de já o ter visto no papel do divertido homossexual Zé Maria em "Mico Preto", durante algum tempo achei Miguel Fallabella algo assustador devido ao seu papel nesta série e o da telenovela "Cara & Coroa". Mesmo quando mais tarde ele foi o impagável Caco Antibes em "Sai De Baixo", eu ainda me lembrava das cenas dele a estrangular a Christiane Torloni e as outras vítimas.



A série foi inspirada por um caso real: nos anos 80, o mecânico Heraldo Madureira assassinou várias mulheres vestidas de noiva que contactava através de anúncios de jornal e tal como o protagonista, foi condenado a cumprir pena num manicómio prisional do qual fugiu várias vezes.

Genérico:





Promo de estreia:




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2 comentários:

  1. Uma série que desconhecia, e que me despertou a curiosidade. Nem sempre os brasileiros fazem novelas, e ainda bem. Parabéns e continue assim.

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    1. Você está equivocado, desde os anos setenta a teledramaturgia brasileira são referências e exportadas para o mundo.

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